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Hipotensão Intracraniana Espontânea/Hipotensão Liquórica Espontânea

Entenda mais sobre essa doença e como a investigação por imagem (Radiologia) tem um papel essencial em seu diagnóstico e tratamento.

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Causa

A redução relativa da quantidade de liquor é causada por uma fístula liquórica (extravasamento) através das meninges (camadas que recobrem o sistema nervoso central). Isso geralmente ocorre em algum ponto da coluna vertebral. Quando se está em posição ereta, os sintomas relacionados à hipotensão liquórica pioram. Entre as causas possíveis estão os divertículos/cistos perirradiculares, os osteófitos marginais e a fístulas venoliquóricas (também chamadas de fístula liquor-venosas). Veja mais sobre os tipos de fístula liquórica espontânea.

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O que é?

A hipotensão liquórica espontânea (também chamada de hipotensão intracraniana espontânea) é uma redução relativa da quantidade de liquor, que é o líquido banhando o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Essa redução diminui a flutuabilidade natural do encéfalo, que fica mais sujeito ao efeito da gravidade, provocando sintomas neurológicos.

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Quais são os sintomas?

O principal marcador clínico da doença é seu caráter ortostático, ou seja, de sintomas que pioram na posição ereta (de pé), o que pode ocorrer após segundos, minutos ou mesmo horas dessa posição. O principal sintoma é a cefaleia (dor de cabeça), porém outros sintomas podem ocorrer como desequilíbrio, zumbido, incoordenação motora, entre outros.

Como diagnosticar?

Primeiro passo: confirmar a hipotensão liquórica

Para fechar o diagnóstico, é necessário um exame de imagem que apresente sinais de extravasamento liquórico. As ressonâncias magnéticas de crânio e coluna são os estudos iniciais de maior sensibilidade para detectar sinais indiretos da hipotensão liquórica. No entanto, um estudo normal não descarta totalmente essa possibilidade, caso haja suspeita clínica significativa.

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(alternativamente, a hipotensão liquórica pode ser medida diretamente por uma punção lombar, porém esse método é de menor acurácia, pois a pressão  objetiva pode variar entre as pessoas e estar dentro dos limites da normalidade mesmo em pessoas com a doença)

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Segundo passo: encontrar o extravasamento

Encontrar o foco exato de extravasamento auxilia (1) confirmando de forma absoluta o diagnóstico e (2) possibilitando intervenções curativas guiadas ao local da alteração.

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Os exames de maior acurácia comprovada para essa detecção são a mielografia e a mielotomografia computadorizada. Ambas envolvem a administração intratecal de contraste, realizada por uma punção lombar (igual à de raquianestesia). A depender dos achados de outros estudos, uma ou ambas as modalidades podem ser necessárias para o diagnóstico. Apesar da necessidade de punção dural, são procedimentos facilmente realizados por radiologistas experientes, com mínimos riscos ao(à) paciente. Saiba mais sobre as diferentes modalidades de investigação nos links abaixo.

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Fonte: doi.org/10.3174/ajnr.A5995

Como tratar?

Caso os sintomas sejam recentes o tratamento inicial pode envolver uma tentativa de manejo conservador, com respouso, hidratação e analgésicos simples. No entanto, a hipotensão intracraniana espontânea tem uma taxa mais elevada de falha desse tipo de tratamento quando comparada à hipotensão intracraniana de outras causas (p.ex. pós-raquianestesia). Por isso a investigação por imagem do foco de extravasamento se faz importante, possibilitando intervenções minimamente invasivas para o tratamento definitivo da doença.

Opções de tratamento invasivo:

Tamponamento percutâneo por agulha

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Envolve punção com agulha fina no local de extravasamento, com injeção de sangue próprio (blood patch) e/ou cola de fibrina. É eficaz na maioria dos casos de fístulas. 

Embolização venosa

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Envolve punção vascular (semelhante à do cateterismo cardíaco), com avanço de um cateter até o local do extravasamento. É uma opção terapêutica apenas nos casos de fístulas venoliquóricas (liquor-venosas). Ao se fechar a pequena veia que se comunica com o espaço liquórico, a perda de liquor tende a se resolver.

E cirurgia?

Embora nem sempre necessária, alguns casos podem se beneficiar do tratamento cirúrgico aberto, sobretudo quando tratamentos menos invasivos não obtiveram resultado satisfatório. Quando necessários, são de grande segurança e eficácia junto a um cirurgião de coluna experiente.

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Veja mais:

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